“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis.”. Romanos 1:20
1º - A Homossexualidade numa perspectiva histórica.
Qualquer história é um ato, ou processo político. Isso significa que a pessoa que conta a história entende-a através de sua própria perspectiva. Por isso, contamos nossas histórias através de nossas próprias perspectivas, ou de nossas próprias necessidades. Esse é o caso da história da homossexualidade. Há 2 escolas dominantes a respeito da história da homossexualidade. Uma escola, o “Essencialismo”, acredita que a homossexualidade, como a relação íntima e profunda que envolve a auto-compreensão, a identidade, a intimidade, a interligação, a proximidade e o compromisso entre pessoas do mesmo sexo, é uma realidade humana que existe em todos os tempos e em todas as culturas. A implicação desta idéia é que a auto-identificação como homossexual sempre existiu. [1]
A segunda escola, a da “Construção Social”, acredita que a sexualidade é construída socialmente; até o fim do século XIX o conceito da homossexualidade não existia, só o da heterossexualidade. A homossexualidade era entendida como um ato no qual os heterossexuais participavam, de vez em quando, mas a única auto-definição sexual era a heterossexualidade. Por isso, a homossexualidade, como maneira de ser sexual, não existia por causa dos conceitos sexuais das culturas envolvidas. Logo, a auto-definição como homossexual só apareceu no século XIX.[2] Não há como resolver esta questão. Mas é um debate fundamental dentro do estudo da sexualidade humana, por causa do vínculo entre a sexualidade e sentido, valores, interpretação e identidade. Assim, a sexualidade humana inclui, no mínimo, a biologia, a personalidade, as relações sociais, os comportamentos específicos, o gênero e a espiritualidade. A sexualidade vai além dos comportamentos específicos, das atitudes e dos desejos porque ela é parte integrante da personalidade.
A homossexualidade é um fenômeno muito antigo, do qual há evidencias tanto na arte pré-histórica quanto na pictografia de culturas da antiguidade. A antropologia tem demonstrado a ocorrência desse fenômeno entre muitos povos e culturas do passado e do presente. No entanto, a atitude das diferentes sociedades quanto ao comportamento homossexual não tem sido uniforme, indo desde a tolerância e aceitação até a penalização e a tentativa de supressão.
Os antigos hebreus, egípcios e assírios tinham leis contra as práticas homossexuais. A partir do 6º século a.C., aumentaram as referencias à homossexualidade na arte e na literatura da Grécia (Platão, Ésquilo, Acacreon). Isso não significa que os gregos antigos aceitavam pacificamente tal conduta. Aristóteles, Heródoto, Aristófanes e outros filósofos expressaram sua desaprovação moral de tais práticas. Na Grécia antiga, a visibilidade desse comportamento não significava que ele era amplamente aceito pela sociedade.
Na era cristã, as atitudes dos primeiros cristãos em relação a esse assunto foram influenciadas tanto pelas afirmações bíblicas quanto pela lei romana. No império romano, o homossexualismo aparentemente era punível sob dura lei que prescrevia a morte na fogueira para os sodomitas. O imperador Justiniano publicou 2 novelas contra o homossexualismo em 538 e 544 d.C.
Nos registros cristãos mostra que a igreja antiga considerava o homossexualismo masculino altamente pecaminoso, mas ao algo merecedor de castigo cruel. As penalidades variavam de uma penitencia de 9 anos à excomunhão perpétua. Em geral a idade média considerava a homossexualidade merecedora da atenção da Igreja, que impunha penalidades espirituais, mas raramente entregava os ofensores ás autoridades civis.
A partir do século 12 surgiu uma hostilidade mais intensa contra esse tipo de conduta, tanto na literatura popular quanto em escritos teológicos e jurídicos. Com o advento do Renascimento e mais tarde do Iluminismo, caracterizados pelo espírito de contestação dos valores tradicionais e de defesa da liberdade individual, a homossexualidade masculina adquiriu nova visibilidade e relativa aceitação.
O século 20 constituiu um dramático ponto de transição nessa história turbulenta. Nunca antes tantos talentos homossexuais haviam alcançado tamanho destaque na literatura, nas artes, na política e em outras esferas. Ao mesmo tempo regimes ditatoriais através da Europa perseguiram duramente membros desse grupo, como aconteceu na Alemanha nazista e nos países comunistas Leste europeu. Por fim, o surgimento de um movimento homossexual organizado e militante nos anos 70 forçou a sociedade e as igrejas a se posicionarem de uma vez por todas quanto a essa questão, o que tem acontecido de modo intensamente conflitivo nas ultimas décadas.
[2] O termo homossexual foi criado em 1869 pelo escritor e jornalista austro-húngaro Karl-Maria Kertbeny. Deriva do gr. homos, que significa "semelhante", "igual".
GUIA DEVOCIONAL - 2011 COM DEUS
“Fides quaerens intellectum.”
(Porque creio, busco entender!)
Pr. Carlos Henrique
Igreja Metodista de Timóteo
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